sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

VÊNUS X PLUTÃO

Busquei refúgio secreto em teu abraço
consolo silencioso para aquele tempo em suspenso
respirando o alento do teu peito
ouvindo tua alma inquieta
cantar seu canto de amor vagabundo.
Busquei no calor do teu abraço
fazer correr teu sangue em minhas veias
pulsar teu coração no meu por um segundo
reescrever a nossa trajetória
com luz que o amor a permeasse livre.
Busquei em tua boca um beijo mudo
sobre meus olhos cerrados de medo
que silenciasse e calasse meu tormento
de te ver partir em algum momento
sem um aceno, sem ao menos um sorriso.
Busquei em teu corpo um abrigo
para aquecer o meu e livrar-me do perigo
de sucumbir vencida pelo frio
de um olhar indiferente ou vazio.
Busquei em ti, mais que um amor, alguém
com quem pudesse contar pro resto dos meus dias
com quem pudesse rir
ou chorar, se assim fosse preciso
mas que estivesse sempre ali, visível
Busquei o não-querer para manter-te amável
não te tocar pra não te ver ferido
mas quando te toquei, te quis
e sei que quando quero, eu firo.
Nessa incessante busca de sentido
tentava não sentir pra te manter amigo
te convencer a não ser convencido
mas depois admiti que eras meu querido.
Abandonei-te ainda uma outra vez,
ao perceber que estavas confuso e vencido
pelos teus medos e pelos teus ouvidos .
Acostumei-me a te amar ausente

talvez por isso seja indiferente
que estejas perto ou vivas tão distante
Prezei o meu amar mais do que o amor a ti
E só agora vejo o quanto me enganei
Eras meu sol e eu não percebi.(Serrinha, 28/11/05)


Nenhum comentário: