Serias capaz de jurar que acreditas mesmo que assim seria?
Desculpa-me se te questiono de forma tão direta,
mas juro-te, meu amor: não creio.
A ilusão da posse é o maior de todos os desafios
que a alma humana enfrenta diante de si mesma
na busca incessante do fim de suas dores mais intensas.
Gostar é um sentimento morno,
`a conveniência de quem não se arrisca...
O prazer se dá ao transbordar na pele o suor dos bailarinos,
no choro causado pela não reciprocidade de nossos sentimentos,
na espera interminável do gesto de amor que nunca é esboçado,
nos rituais dolorosos de ânsias não cumpridas,
na exaustão contundente dos corpos saciados.
O espetáculo dos arcos-íris conecta teu carinho ao peito do ser amado,
mas, assim como na estória, o pote de ouro jamais será encontrado...
pois diante da inconstância do vento, nada é definitivo:
ele sobrevive do movimento, do ir e vir entre os desejos,
da dança brejeira de suas inúmeras facetas,
por puro deleite, por mero capricho.
No mais, tudo é tédio e melancolia...
Quando o sol derramar sob seus raios tuas frágeis emoções,
sentirás o ardor na pele e apressar-te-ás em lamber tuas feridas
e maldirás o sol que te atormenta roubando-te as doces delícias
que desenhas no ar, com frases tão floridas,
mas que não ousas tatuar no corpo, escancaradas, à vista...
Teus sentimentos nunca terão retorno
pois brotam de ti e seguem em via de mão única.
E assim, nesse roteiro, meu amor, te digo:
nunca chegarás à esperada festa.
segunda-feira, 17 de março de 2008
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