segunda-feira, 17 de março de 2008

sobre "Uma rasteira do amor"

Armadilhas armam-nas a Mente,
que nos confunde e escraviza
na teia de ilusões em que nos envolve.
Coração é guardião de nossos sentimentos legítimos,
e neles está a nossa Verdade.
Sentimentos pulsam involuntariamente:
sístole, diástole...
bem-me-quer, mal-me-quer...
quero, devo..
desejo, desdenho...
vítima, algoz.
O Amor verdadeiro confere coragem e é convicto:
por ele desnudam-se o corpo e a alma
e mergulha-se até o fundo do abismo sem medo do perigo.
O que importam a solidão, o frio, o silêncio,
quando busco o meu bem-amado?
Ao inferno desceria, sem pestanejar, se lá ele estivesse.
Não choro por amor – choro por covardia.
Não choro pelo que não consegui – choro pelo que não tentei.
Não construo castelos, porque são frágeis – cavo poços,
de onde brote água limpa para me aplacar a sede da Verdade.
Sentimentos são potentes – nem todos os objetos deles são confiáveis...
Ao beija-flor, não importa que roubem suas flores
– basta que lhe poupem o bico.
O mundo é um vasto jardim cheio de flores
e o beija-flor inteligente poupa-se das que têm espinhos...
Lembre-se, meu amigo: se o galho quebra
ou é porque o macaco está muito gordo
ou porque pensa que é uma borboleta...
em ambos os casos, a responsabilidade e a ilusão
são dele.
Se queres preservar teu coração do sofrimento
não o deixa exposto, à beira do rio, ao alcance de qualquer um..
E, quando tiveres coragem,
pergunta-te o que realmente queres de ti mesmo
e busca dentro dele a tua resposta mais sincera.
Só que, então, não te iludirás mais,
E não mais poderás esconder-t ede ti mesmo
sob as asas da emoção..
porque a Mente mente, mas o Coração, não!.

Nenhum comentário: