sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
domingo, 17 de fevereiro de 2008
BOM DIA
Segura em tuas mãos meu rosto tímido para que eu liberte de vez a poesia.
Olha bem fundo nos meus olhos e baixinho, confessa que, naquele momento, me amas.
Beija teu sorriso lindo em minha testa e vamos fazer uma festa, comemorar sem limites.
Amanhã, bem cedo, estarás livre, pois é assim que me libertas e assim também que te possuo.
Se um dia voltas, te aceito. Mas se também me queres, me grites.
Me abraça, me leva pra cama, deita quieto ao meu lado e, antes que clareie o dia, penetra minha alma com um longo beijo de amigo.
Desperto, rio e te dou Bom Dia!
Hoje o sol saiu com toda força e o dia está lindo!
Vamos fazer uma festa pra cantar tudo o que se fez luz e alegria.
Pra sempre seja lembrado o beijo do meu amado, cuja existência é pura fantasia.
E, antes que me esqueça, Bom dia!
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
VÊNUS X PLUTÃO
consolo silencioso para aquele tempo em suspenso
respirando o alento do teu peito
ouvindo tua alma inquieta
cantar seu canto de amor vagabundo.
Busquei no calor do teu abraço
fazer correr teu sangue em minhas veias
pulsar teu coração no meu por um segundo
reescrever a nossa trajetória
com luz que o amor a permeasse livre.
Busquei em tua boca um beijo mudo
sobre meus olhos cerrados de medo
que silenciasse e calasse meu tormento
de te ver partir em algum momento
sem um aceno, sem ao menos um sorriso.
Busquei em teu corpo um abrigo
para aquecer o meu e livrar-me do perigo
de sucumbir vencida pelo frio
de um olhar indiferente ou vazio.
Busquei em ti, mais que um amor, alguém
com quem pudesse contar pro resto dos meus dias
com quem pudesse rir
ou chorar, se assim fosse preciso
mas que estivesse sempre ali, visível
Busquei o não-querer para manter-te amável
não te tocar pra não te ver ferido
mas quando te toquei, te quis
e sei que quando quero, eu firo.
Nessa incessante busca de sentido
tentava não sentir pra te manter amigo
te convencer a não ser convencido
mas depois admiti que eras meu querido.
Abandonei-te ainda uma outra vez,
ao perceber que estavas confuso e vencido
pelos teus medos e pelos teus ouvidos .
Acostumei-me a te amar ausente
talvez por isso seja indiferente
que estejas perto ou vivas tão distante
Prezei o meu amar mais do que o amor a ti
E só agora vejo o quanto me enganei
Eras meu sol e eu não percebi.(Serrinha, 28/11/05)
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
COMO FOLHAS AO VENTO
Num vento morno de verão
encontrei teu coração brilhando e sussurrando poesias...
e em suaves rodopios, trocamos cálidos versos.
Palavras de suaves vozes que ouvimos
ao longo de tantos caminhos.
Gosto de ouvir teu riso menino borbulhando histórias,
de descobrir teus olhos revelando segredos...
Quando não contas, percebo, adivinho.
Guardo por ti uma amizade cúmplice:
um carinho irmão de quem apenas sente e que não dá um pio.
Deixo o pensamento vadiar macio pelas frestas dos sonhos,
pelas curvas dos rios.
Como folhas ao vento dançamos, sem ligar ao ritmo,
volteios trêmulos e um tanto tímidos.
Teu riso, cortina de luz, conduz-me à fantasia
e entregue ao teu encanto, tonta, perco o fio.
Nossos breves encontros nesse redemoinho
são como brindes com taças de alegria:
som de cristal, bebida que arrepia.
Então foges de mim e eu, de ti
Como folhas ao vento, seguimos nesse doce desmaio
dos acasos, da folia, do sonho, das escolhas tardias,
dos acenos leves de quem, um dia, voltará a si.
Trocamos nossos versos suaves,
com o coração aos rodopios,
sussurrando nossas vozes mornas
brindando à melodia, à vida, à poesia
brilhantes, cúmplices, sentidos,
alucinados, vadios
por enquanto sopre um vento de verão ainda.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
...a vida
Acarinha seus filhos e amamenta-os de sonhos.
Embala-os nos braços ternamente, ninando-os com o som do coração.
Se queres saber da Vida , apenas ouve e observa o ritmo com que ela respira.
Daí virão teu alento e tua compreensão.
VIDA
E , em cada um, poder brincar, sapeca como criança,
mantendo um entusiasmo adolescente em tudo o que fizer
e, com a sensatez que a maturidade me confere,
ter muito prazer e, de preferência, nenhuma dor.
Quero poder envelhecer naturalmente,
com os olhos brilhando, o corpo bem cuidado
a mente tranqüila e o coração sempre enamorado da vida,
para que ela, quando me abandone o corpo,
deixe em meu rosto uma expressão suave
e um sorriso sereno de quem bem viveu e foi feliz.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
NOTURNO
Um gemido, um grito, chamei seu nome.
Indignada, ferida, no meio da noite.
Solucei, sozinha, todos os meus medos
Caminhei descalça, madrugada afora
Alimentei a dor com um sorriso triste
Rasguei a fronha, corri para o chuveiro
Lavei de mim seu gosto, mas fiquei com o cheiro
Ouvindo a chuva cair sobre o seu peito
Silenciei, vencida, no seu travesseiro.
Amanheceu depressa um sol meio sem graça
Nublado de cinzas sob o céu estreito
Deixei o corpo olhar pela janela
Rolei na cama cheia de preguiça
Argumentei com os botões dos seios...
De onde vinha tanta fantasia?
E quanto havia, enfim, de verdadeiro?
Ri de mim, de você, de tudo isso
E levantei alegre como um passarinho
"Isso é loucura! Não mexa assim comigo!"
Sossegue, amor, é só mais um carinho!
Rsrsrsrsrs.....
...quando precisar de mim...
Meu corpo conheceu o teu quando a Lua, cheia, ofereceu em seu lençol de luz,
um leito perfeito aos nossos corpos nus.
Meu anjo abraçou o teu quando a Lua, minguante, escureceu o céu e nos encheu de medo.
Quando a Lua, nova, se esconder, só restará o mundo, então, real.
Aí eu vou fechar os olhos..., ouvir um pouco de Piazzola..., me embriagar de vinho,
dormir... e vou sonhar com a lua, pois só assim estarei contigo e não mais precisarei de ti.