...então me mandas abraços e sinto frio.Porque não me mandas beijos?Beijos são passarinhos que voam de ti e vêm cantar ao meu ouvido...beijos são flores que brotam de ti e me fazem jardim...beijos são soprados ao vento e pousam no coração...beijos são coisa de ar.Beijos são leves, transitam entre mundos diversos, desconhecem distâncias, sempre encontram o destino.Abraços são diferentes: não podem ser enviados, têm que ser trocados. Abraços supõem proximidade,espaço físico, conivência, aceitação.Abraços têm calor, intimidade, contato.Abraços são terra e fogo. Tu e eu. Como podes dispor de mim e abraçar-me sozinho?Abraços virtuais me afastam de ti.
Incomodam porque não são possíveis desse modo - vazios.Façamos assim: quando estiveres longe de mim, manda-me beijos, borboletas coloridas, alegres trinares...Quando estivermos juntos, abraça-me: de verdade.Abraço que me permita concordar em abraçar-te também. Abraça meus olhos com os teus. Então sentirei que és real e palpável.Se não fores capaz, respeitarei de bom grado teus limites.
Dá-me um beijo na testa, que entenderei teus temores e não te farei perguntas.
Ainda assim, serás, para mim, um amigo adorável.
terça-feira, 15 de julho de 2008
sexta-feira, 4 de julho de 2008
PAPAGUEIOS
Gosto de ouvir sentimentos, mais do que palavras...talvez porque meu coraçao seja mais sensível do que meus ouvidos, talvez porque palavras, o vento leve e sentimentos fiquem impregnados na alma, que nem perfume. Vejo palavras como maquiagem, disfarce, às vezes exageradas, superficiais, às vezes borradas, ilusória emoção.
Talvez porque eu seja uma escorpiana passional, prefiro sentimentos sussurrados ao pé do ouvido...porque são tímidos, mas francos; porque necessitam de coragem para serem verbalizados, porque às vezes sangram, de tão sinceros. Como tatuagens - permanentes, assumidos. Com palavras constroem-se jogos - com sentimentos, tecem-se rendas.
Gosto de brincar com palavras. Mas não brinco com sentimentos.
Por trás das palavras tem alguém que pensa.Por trás dos silêncios tem alguém que sente.Às vezes leio e respondo.às vezes olho e me calo.Quando respondo, estou pensando.Quando silencio é porque estou refletindo sôbre o alcance do que me falas.Se falas por teu coração, te escuto.Se falas por bocas alheias, busco entender porque te escondes.Palavras...apenas palavras. Palavras, frutos da mente. Quem pensa, mente.Quem cala, sente.
Talvez porque eu seja uma escorpiana passional, prefiro sentimentos sussurrados ao pé do ouvido...porque são tímidos, mas francos; porque necessitam de coragem para serem verbalizados, porque às vezes sangram, de tão sinceros. Como tatuagens - permanentes, assumidos. Com palavras constroem-se jogos - com sentimentos, tecem-se rendas.
Gosto de brincar com palavras. Mas não brinco com sentimentos.
Por trás das palavras tem alguém que pensa.Por trás dos silêncios tem alguém que sente.Às vezes leio e respondo.às vezes olho e me calo.Quando respondo, estou pensando.Quando silencio é porque estou refletindo sôbre o alcance do que me falas.Se falas por teu coração, te escuto.Se falas por bocas alheias, busco entender porque te escondes.Palavras...apenas palavras. Palavras, frutos da mente. Quem pensa, mente.Quem cala, sente.
sábado, 17 de maio de 2008
ESPELHO DAS ÁGUAS
No espelho das águas, tornam-se seus os meus olhos e minhas, as suas mãos.
No espelho das águas, eu amo por seu amor e vc ama o amor em mim.
Colho flores para que vc as cheire e eu me embriague com seu perfume.
Tão louco o espelho das águas...
Ninfas e faunos disfarçados de peixes e sereias, criamos sonhos coletivos para sonharmos juntos.
Tão sós em nossos pensamentos, tão tribais no mundo onírico...
Tão adoravelmente loucos, nossos delírios...
Que lindo é viver envolto em poesia, nessa orgia de sentimentos inofensivos, contagiantes, líricos...
Nesses encontros noturnos, de amigos tão queridos, de trocas tão inocentes, despidos de identidade,somos espelhos de água, em todos, nos refletindo...
No espelho das águas, eu amo por seu amor e vc ama o amor em mim.
Colho flores para que vc as cheire e eu me embriague com seu perfume.
Tão louco o espelho das águas...
Ninfas e faunos disfarçados de peixes e sereias, criamos sonhos coletivos para sonharmos juntos.
Tão sós em nossos pensamentos, tão tribais no mundo onírico...
Tão adoravelmente loucos, nossos delírios...
Que lindo é viver envolto em poesia, nessa orgia de sentimentos inofensivos, contagiantes, líricos...
Nesses encontros noturnos, de amigos tão queridos, de trocas tão inocentes, despidos de identidade,somos espelhos de água, em todos, nos refletindo...
terça-feira, 1 de abril de 2008
PRECISAS SABER
Que a Amizade sincera não comporta dores, mas prazer;
angústias, mas serenidade;
nem decepções, porque não vive de expectativas, mas de aceitação.
Que o Amor verdadeiro é incondicional: não estranha, não critica, não questiona.
E, quando não sabe o que fazer, silencia. Reflete e conduz à reflexão.
Amigos são cúmplices mesmo quando discordam, por simples questão de fidelidade.
Choram a dor do outro, riem à sua alegria, consolam suas tristezas em abraços apertados.
Caminham de mãos dadas apoiando-se mutuamente pelas curvas do caminho.
O Amor colore a Amizade com nuances de variadas emoções: rosa de ternura, verde de esperança, azul de paz, amarelo de alegria, laranja de confiança, lilás de solidariedade, vermelho de vitalidade, branco de plenitude.
Amigos olham-se nos olhos num encontro profundo de sensibilidades.
A Amizade e o Amor consolidam-se na presença e na construção da intimidade.
Na naturalidade com que buscam e oferecem colo.
Assim escrevem sua história e traçam um doce caminho, sem dúvidas, sem percalços, sem tropeços. Doam-se e se multiplicam. Em gestos de afeto, em suave companhia.
A Amizade e o Amor fundem-se na alma, de onde se originam.
E nunca têm fim.
Assim é, se for pra valer.
Com entrega e sentimento. Com intensidade e permanência.
Com carinho e paciência.
angústias, mas serenidade;
nem decepções, porque não vive de expectativas, mas de aceitação.
Que o Amor verdadeiro é incondicional: não estranha, não critica, não questiona.
E, quando não sabe o que fazer, silencia. Reflete e conduz à reflexão.
Amigos são cúmplices mesmo quando discordam, por simples questão de fidelidade.
Choram a dor do outro, riem à sua alegria, consolam suas tristezas em abraços apertados.
Caminham de mãos dadas apoiando-se mutuamente pelas curvas do caminho.
O Amor colore a Amizade com nuances de variadas emoções: rosa de ternura, verde de esperança, azul de paz, amarelo de alegria, laranja de confiança, lilás de solidariedade, vermelho de vitalidade, branco de plenitude.
Amigos olham-se nos olhos num encontro profundo de sensibilidades.
A Amizade e o Amor consolidam-se na presença e na construção da intimidade.
Na naturalidade com que buscam e oferecem colo.
Assim escrevem sua história e traçam um doce caminho, sem dúvidas, sem percalços, sem tropeços. Doam-se e se multiplicam. Em gestos de afeto, em suave companhia.
A Amizade e o Amor fundem-se na alma, de onde se originam.
E nunca têm fim.
Assim é, se for pra valer.
Com entrega e sentimento. Com intensidade e permanência.
Com carinho e paciência.
segunda-feira, 17 de março de 2008
sobre como ele pensa que é...
Um menino, de pés descalços, sentado à beira do rio, coloca na água uma folha seca e adormece olhando o vazio.
Em seus sonhos, navega além-mar, comandando um grande navio.
Enfrenta as águas revoltas, às vezes, as calmarias e vai assim aprendendo que todas as fantasias têm contraponto na chuva, no vento e na poesia.
Chegando em terras longínquas, espanta-se com prodígios:dragões que cuspiam fogo, mendigos de mãos vazias que apesar do frio e da fome, ainda sorriam.
Seus olhinhos assustados não podiam crer no que viam: mulheres barbadas, anões, prostitutas, bugios, em danças burlescas, mentiam que eram felizes em meio àquela orgia.
Montou um cavalo alado e fugiu apavorado, pois nada daquilo era compreensível para um simples menino de beira de rio.
Doíam seus pés descalços, pisando as folhas secas espalhadas no caminho.
Dormiu ao relento, sob estrelas de néon, comeu o pão que o diabo amassou, chorou de medo, colecionou conchinhas, falou com desconhecidos que cuspiram sobre ele “verdades e sabedorias”. Confuso, seguiu seu caminho.
Fez e perdeu amigos, cantou e vestiu fantasias, berrou em prol de anistia, tentou entender de música, dançou no meio da praça, agarrado a uma vadia, provou do Bem e do Mal, só pra ver se entendia.
Parou na frente da igreja e ouviu uma ladainha, mas o Deus não se fez visível e ele se foi, então, em busca de novo destino.
Muitos anos se passaram nesse passeio onírico, muitos em pesadelos horríveis, outros, um pouco mais pacíficos e mesmo assim ele não desistia.
Amou, foi e não foi amado, enlouqueceu de alegria, curou-se com água fria.
Um homem, de largas sandálias, caminha pelas ruas do Rio. Varrendo as folhas secas para debaixo do tapete, falando poesia...
O som do sino da igreja lembra o Deus não revelado e ele pisa as conchinhas espalhadas na areia. Do cavalo alado, restaram as rédeas, vazias.
Onde deixou seu navio?
Quando o vento sopra, ele muda e cria seus personagens que dançam danças burlescas, cavalga amores fantasmas, apaixona-se por si mesmo e ri de tanto chorar.
Procura quem se disponha a segui-lo sem sapatos, no longo caminho de volta dessa sua alma vadia ao ponto na beira do rio que liberte sua inocente poesia escrita em folhas verdes brotadas ao som de sinos, alguém que o cubra de beijos até que abra as asas e pegue de volta o caminho de sua sina e desperte na beira do rio.
Só pra entender que é divino, que brilha em todas as cores, que o que existe é o que ele cria em seus acessos de fúria quando apenas faz o que acha que deve, limitando-se ao que pensa que pode, chorando sem fantasia, nu, no meio da praça.
A inocência talvez ainda seja o seu maior pecado.
Em seus sonhos, navega além-mar, comandando um grande navio.
Enfrenta as águas revoltas, às vezes, as calmarias e vai assim aprendendo que todas as fantasias têm contraponto na chuva, no vento e na poesia.
Chegando em terras longínquas, espanta-se com prodígios:dragões que cuspiam fogo, mendigos de mãos vazias que apesar do frio e da fome, ainda sorriam.
Seus olhinhos assustados não podiam crer no que viam: mulheres barbadas, anões, prostitutas, bugios, em danças burlescas, mentiam que eram felizes em meio àquela orgia.
Montou um cavalo alado e fugiu apavorado, pois nada daquilo era compreensível para um simples menino de beira de rio.
Doíam seus pés descalços, pisando as folhas secas espalhadas no caminho.
Dormiu ao relento, sob estrelas de néon, comeu o pão que o diabo amassou, chorou de medo, colecionou conchinhas, falou com desconhecidos que cuspiram sobre ele “verdades e sabedorias”. Confuso, seguiu seu caminho.
Fez e perdeu amigos, cantou e vestiu fantasias, berrou em prol de anistia, tentou entender de música, dançou no meio da praça, agarrado a uma vadia, provou do Bem e do Mal, só pra ver se entendia.
Parou na frente da igreja e ouviu uma ladainha, mas o Deus não se fez visível e ele se foi, então, em busca de novo destino.
Muitos anos se passaram nesse passeio onírico, muitos em pesadelos horríveis, outros, um pouco mais pacíficos e mesmo assim ele não desistia.
Amou, foi e não foi amado, enlouqueceu de alegria, curou-se com água fria.
Um homem, de largas sandálias, caminha pelas ruas do Rio. Varrendo as folhas secas para debaixo do tapete, falando poesia...
O som do sino da igreja lembra o Deus não revelado e ele pisa as conchinhas espalhadas na areia. Do cavalo alado, restaram as rédeas, vazias.
Onde deixou seu navio?
Quando o vento sopra, ele muda e cria seus personagens que dançam danças burlescas, cavalga amores fantasmas, apaixona-se por si mesmo e ri de tanto chorar.
Procura quem se disponha a segui-lo sem sapatos, no longo caminho de volta dessa sua alma vadia ao ponto na beira do rio que liberte sua inocente poesia escrita em folhas verdes brotadas ao som de sinos, alguém que o cubra de beijos até que abra as asas e pegue de volta o caminho de sua sina e desperte na beira do rio.
Só pra entender que é divino, que brilha em todas as cores, que o que existe é o que ele cria em seus acessos de fúria quando apenas faz o que acha que deve, limitando-se ao que pensa que pode, chorando sem fantasia, nu, no meio da praça.
A inocência talvez ainda seja o seu maior pecado.
sobre "Uma rasteira do amor"
Armadilhas armam-nas a Mente,
que nos confunde e escraviza
na teia de ilusões em que nos envolve.
Coração é guardião de nossos sentimentos legítimos,
e neles está a nossa Verdade.
Sentimentos pulsam involuntariamente:
sístole, diástole...
bem-me-quer, mal-me-quer...
quero, devo..
desejo, desdenho...
vítima, algoz.
O Amor verdadeiro confere coragem e é convicto:
por ele desnudam-se o corpo e a alma
e mergulha-se até o fundo do abismo sem medo do perigo.
O que importam a solidão, o frio, o silêncio,
quando busco o meu bem-amado?
Ao inferno desceria, sem pestanejar, se lá ele estivesse.
Não choro por amor – choro por covardia.
Não choro pelo que não consegui – choro pelo que não tentei.
Não construo castelos, porque são frágeis – cavo poços,
de onde brote água limpa para me aplacar a sede da Verdade.
Sentimentos são potentes – nem todos os objetos deles são confiáveis...
Ao beija-flor, não importa que roubem suas flores
– basta que lhe poupem o bico.
O mundo é um vasto jardim cheio de flores
e o beija-flor inteligente poupa-se das que têm espinhos...
Lembre-se, meu amigo: se o galho quebra
ou é porque o macaco está muito gordo
ou porque pensa que é uma borboleta...
em ambos os casos, a responsabilidade e a ilusão
são dele.
Se queres preservar teu coração do sofrimento
não o deixa exposto, à beira do rio, ao alcance de qualquer um..
E, quando tiveres coragem,
pergunta-te o que realmente queres de ti mesmo
e busca dentro dele a tua resposta mais sincera.
Só que, então, não te iludirás mais,
E não mais poderás esconder-t ede ti mesmo
sob as asas da emoção..
porque a Mente mente, mas o Coração, não!.
que nos confunde e escraviza
na teia de ilusões em que nos envolve.
Coração é guardião de nossos sentimentos legítimos,
e neles está a nossa Verdade.
Sentimentos pulsam involuntariamente:
sístole, diástole...
bem-me-quer, mal-me-quer...
quero, devo..
desejo, desdenho...
vítima, algoz.
O Amor verdadeiro confere coragem e é convicto:
por ele desnudam-se o corpo e a alma
e mergulha-se até o fundo do abismo sem medo do perigo.
O que importam a solidão, o frio, o silêncio,
quando busco o meu bem-amado?
Ao inferno desceria, sem pestanejar, se lá ele estivesse.
Não choro por amor – choro por covardia.
Não choro pelo que não consegui – choro pelo que não tentei.
Não construo castelos, porque são frágeis – cavo poços,
de onde brote água limpa para me aplacar a sede da Verdade.
Sentimentos são potentes – nem todos os objetos deles são confiáveis...
Ao beija-flor, não importa que roubem suas flores
– basta que lhe poupem o bico.
O mundo é um vasto jardim cheio de flores
e o beija-flor inteligente poupa-se das que têm espinhos...
Lembre-se, meu amigo: se o galho quebra
ou é porque o macaco está muito gordo
ou porque pensa que é uma borboleta...
em ambos os casos, a responsabilidade e a ilusão
são dele.
Se queres preservar teu coração do sofrimento
não o deixa exposto, à beira do rio, ao alcance de qualquer um..
E, quando tiveres coragem,
pergunta-te o que realmente queres de ti mesmo
e busca dentro dele a tua resposta mais sincera.
Só que, então, não te iludirás mais,
E não mais poderás esconder-t ede ti mesmo
sob as asas da emoção..
porque a Mente mente, mas o Coração, não!.
Sobre GOSTAR
Serias capaz de jurar que acreditas mesmo que assim seria?
Desculpa-me se te questiono de forma tão direta,
mas juro-te, meu amor: não creio.
A ilusão da posse é o maior de todos os desafios
que a alma humana enfrenta diante de si mesma
na busca incessante do fim de suas dores mais intensas.
Gostar é um sentimento morno,
`a conveniência de quem não se arrisca...
O prazer se dá ao transbordar na pele o suor dos bailarinos,
no choro causado pela não reciprocidade de nossos sentimentos,
na espera interminável do gesto de amor que nunca é esboçado,
nos rituais dolorosos de ânsias não cumpridas,
na exaustão contundente dos corpos saciados.
O espetáculo dos arcos-íris conecta teu carinho ao peito do ser amado,
mas, assim como na estória, o pote de ouro jamais será encontrado...
pois diante da inconstância do vento, nada é definitivo:
ele sobrevive do movimento, do ir e vir entre os desejos,
da dança brejeira de suas inúmeras facetas,
por puro deleite, por mero capricho.
No mais, tudo é tédio e melancolia...
Quando o sol derramar sob seus raios tuas frágeis emoções,
sentirás o ardor na pele e apressar-te-ás em lamber tuas feridas
e maldirás o sol que te atormenta roubando-te as doces delícias
que desenhas no ar, com frases tão floridas,
mas que não ousas tatuar no corpo, escancaradas, à vista...
Teus sentimentos nunca terão retorno
pois brotam de ti e seguem em via de mão única.
E assim, nesse roteiro, meu amor, te digo:
nunca chegarás à esperada festa.
Desculpa-me se te questiono de forma tão direta,
mas juro-te, meu amor: não creio.
A ilusão da posse é o maior de todos os desafios
que a alma humana enfrenta diante de si mesma
na busca incessante do fim de suas dores mais intensas.
Gostar é um sentimento morno,
`a conveniência de quem não se arrisca...
O prazer se dá ao transbordar na pele o suor dos bailarinos,
no choro causado pela não reciprocidade de nossos sentimentos,
na espera interminável do gesto de amor que nunca é esboçado,
nos rituais dolorosos de ânsias não cumpridas,
na exaustão contundente dos corpos saciados.
O espetáculo dos arcos-íris conecta teu carinho ao peito do ser amado,
mas, assim como na estória, o pote de ouro jamais será encontrado...
pois diante da inconstância do vento, nada é definitivo:
ele sobrevive do movimento, do ir e vir entre os desejos,
da dança brejeira de suas inúmeras facetas,
por puro deleite, por mero capricho.
No mais, tudo é tédio e melancolia...
Quando o sol derramar sob seus raios tuas frágeis emoções,
sentirás o ardor na pele e apressar-te-ás em lamber tuas feridas
e maldirás o sol que te atormenta roubando-te as doces delícias
que desenhas no ar, com frases tão floridas,
mas que não ousas tatuar no corpo, escancaradas, à vista...
Teus sentimentos nunca terão retorno
pois brotam de ti e seguem em via de mão única.
E assim, nesse roteiro, meu amor, te digo:
nunca chegarás à esperada festa.
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